terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Factos Históricos - Documento de Dezembro

Incêndio numa Mercearia na Senhora da Hora
16 de Dezembro de 1927

A caminho de incêndio um Voluntário Portuense fica ferido após acidente com o Pronto-socorro

"A primeira bomba a chegar foi a da Senhora da Hora e a seguir, o material dos Bombeiros Voluntários do Porto e Bombeiros Voluntários de Matosinhos-Leça. Todas as corporações prestaram optimos serviços, montando algumas agulhetas. Dentro de breves momentos atandendo à rapidez dos socorros e à providencial passagem por ali daquele automóvel, se extinguiu o fogo e se dejuizos que, mesmo assim, são importantes. (...) Os Bombeiros Voluntários Portuenses não compareceram no local, devido ao desastre a que a seguir nos referimos. Dado o sinal de alarme, os bombeiros das corporações do Voluntariado e os Municipais dirigiram-se prontamente para a Senhora da Hora. No Pronto-socorro dos Bombeiros Voluntários Portuenses que saiu do Quartel pouco depois da meia-noite, tomaram logar os voluntários - Léon Wahn, 2º patrão nº30; Hernani Carregal, aspirante nº22; Sales Macedo, nº58; Carlos Peixoto Alves, nº59 e Cabral Borges, º61. Guiava o Pronto-socorro o «chauffeur» nº1 António Ferreira. O carro seguia sem dificuldade até ao Carvalhido. Um pouco abaixo desta Praça, da recta que leva ao Monte dos Burgos, a estrada, levantada para reparações na linha da Carris, tornou-se perigosa. O condutor do Pronto-socorro, que nos falou no Hospital da Misericordia, queixou-se da deficiência do sinal luminoso ali colocado. (...) O carro, chamado pela urgência dos socorros lá seguia aos solavancos, pondo em sério perigo a vida da guarnição. (...) Próximo do «Stadium Municipal» um balanço mais forte atirou fora do carro o bombeiro Carlos Peixoto Alves que cuspido com violência, caiu na estrada, sem acordo, jarrando sangue de vários ferimentos na cabeça. O Pronto-socorro parou logo. Supoz-se, no primeiro instante, que o infeliz tivesse morrido. (...) Seguia, atraz do Pronto-socorro, o automóvel de praça nº7991S, guiado pelo «chauffeur»Julio José da Silva, que verificando o desastre, e apesar de levar no carro um freguês, prontamente ofereceu os seus serviços. Foi este «chauffeur» que conduziu ao Hospital, no seu carro, o nobre Peixoto Alves. O Sr. Dr. Abeilard Teixeira, que imediatamente examinou o ferido, verificou que os ferimentos recebidos eram de cuidado. A cabeça e as mãos tinham sofrido lesões graves. As pernas tinham também golpes de certa extensão. O ferido, ao cair, sofrera uma violenta comoção. No entanto, pelo exame a que procedeu, o Sr. Dr. afastou, como menor possível, a hipótese do bombeiros Peixoto Alves ter sofrido fractura da espinha. (...) No Hospital, a saber do estado do bombeiro Peixoto Alves, compareceram, além de muitos dos seus amigos e colegas, o Sr. Capitão Gabriel Cardoso, Comandante dos B. V. Portuenses e o Sr. Costa Reis. (...) Carlos Peixoto Alves, o bombeiro ferido, é casado, tem 29 anos e é sócio da casa de fogões e cofres da Rua Sá da Bandeira, desta cidade."

Jornal de Notícias, 17 de Dezembro de 1927
[Disponível brevemente, referência bibliográfica completa]

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